Atentados a tiros em escolas
Tiros em Columbine é um desses filmes-documentários que a gente não pode deixar de assistir, por seu valor social, antropológico e cultural. Lamentávelmente, o filme não teve muita divulgação, após a estréia, apesar dos prêmios recebidos. Vale a pena ver.
Notícia desse teor tornou-se corriqueira nos Estados Unidos, nas últimas décadas, como mostra um levantamento da Folha de São Paulo (7/04/2011), e pouco se sabe sobre as causas desse fenômeno social dos school shootings. Dos 33 casos ocorridos entre 1996 e 2011, 23 foram nos Estados Unidos (70%), sendo 2006 o ano de mais ocorrências (cinco).
O governo estadunidense promove um estudo para tentar entender o fenômeno dos atentados a tiro em escolas, identificar sinais de alerta e achar um "perfil único" de assassino. Os especialistas identificaram padrões nos atentados, sugerindo que os agressores são homens, não agem por impulso, dão pistas do que pretendem fazer, se sentem vítimas de bullying, perseguição ou agressão e tinham acesso prévio a armas. A característica mais prevalente foi a sensação de perda, indicando que 98% dos atiradores estavam abalados por uma morte, pelo fim de um relacionamento ou a perda de status (Leila Suwwan, O Globo, 8/04/2011)
Sobre esse fenômeno vale voltar a 2002 e rever o premiado documentário de Michael Moore, Bowling for Columbine (Tiros em Columbine), que buscou explicações para esses comportamentos violentos, focado nos massacres com armas de fogo realizados por jovens nos Estados Unidos, em diversas universidades e instituições de ensino médio, e na facilidade com que as pessoas compram armas e como a sociedade norte-americana integra-as em seu cotidiano.
Se ainda não viu, assista, Bowling for Columbine (Tiros em Columbine (2002) Legendado em PT
O documentário destaca a participação da mídia na construção de uma sociedade tomada pelo medo da violência quando, em verdade, os indicadores sociais nos Estados Unidos mostram, nos últimos cinco anos, uma verdadeira queda na taxa de violência urbana. Moore adota duas perspectivas: o conteúdo dos noticiários de grandes redes de televisão e, num paralelo, a busca por respostas para essa questão: “o porquê da violência”, a quem culpar? Filmes? Jogos violentos? Esportes que incitam a violência? Artistas de Rock? E o caso do Canadá, que tem quase todos esses mesmos costumes, entretanto, sem apresentar de forma alguma os índices de seus vizinhos? Leia mais...